Para Cassio Damacena, diretor de cuidados em saúde da Ipsos no Brasil, a maior preocupação com a saúde mental captada pelo estudo está relacionada com a própria pandemia.
"De certa maneira, a covid-19 fez com que as doenças mentais e psíquicas ganhassem um protagonismo e fossem mais discutidas abertamente", interpreta.
"Me parece que a forma como vemos esses transtornos se modificou nesse período", complementa.
Damacena entende que o aumento dos óbitos relacionados ao coronavírus fez com que as pessoas refletissem mais sobre a vida.
Para alguns, a necessidade de ficar em casa e restringir os contatos com amigos e familiares também serviu de gatilho para o surgimento de quadros como ansiedade e depressão.
Na comparação com outros países, o Brasil está entre aqueles em que a preocupação com a saúde mental atinge níveis mais altos.
Apenas Suécia (63%), Chile (62%), Irlanda (58%), Portugal (55%), Espanha (51%) e Estados Unidos (51%) têm números superiores aos registrados por aqui.
De acordo com o Global Burden of Diseases, um estudo global que estima o impacto de diferentes doenças, 3,3% da população brasileira apresenta transtornos depressivos.
Ainda segundo esse trabalho, essas doenças estão entre os principais fatores que impactam a qualidade de vida e a saúde de um indivíduo.
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